Os resíduos industriais, que integram a ampla categoria de RSU (Resíduos Sólidos Urbanos), são um tipo de rejeito de atividades humanas com composições heterogêneas e frequentemente tóxicas, dependendo da modalidade do setor industrial que os gera.
Em meio a uma conjuntura de constante degradação ambiental ao redor do mundo, é absolutamente vital para o futuro da humanidade que as formas de produção sejam repensadas, de forma a fomentar um cenário industrial minimamente sustentável — tanto para o meio ambiente quanto para a saúde pública global.
Inseridos neste contexto, os resíduos industriais são um dos principais contribuidores para a devastação ambiental em curso, em função tanto de suas composições poluentes quanto da forma como são destinados.
Pensando nisso, nós da Recimac decidimos nos debruçar sobre as problemáticas que permeiam os resíduos industriais, na esperança que, ao falarmos sobre seus tipos, classificações, riscos e formas de descarte, estejamos contribuindo para a conscientização da sociedade brasileira como um todo.
Boa leitura!
De forma geral, os resíduos industriais são todos os lixos, rejeitos e materiais inutilizáveis oriundos de atividades industriais. Em particular, falamos daqueles provenientes da atividade urbana, embora existam aqueles produzidos pelos setores rurais — em sua maioria matérias orgânicas que podem ser mais facilmente reutilizadas, na produção de biomassa, por exemplo.
Dentre as indústrias de gênese desses rejeitos, as principais são a metalúrgica, petroquímica, de papelaria, de mineração, alimentícia, agropecuária, têxtil, etc. Ainda que a fiscalização de suas atividades deixe a desejar, muitas empresas investem — por preocupação ambiental e por necessidade — em departamentos internos voltados à sustentabilidade.
Embora tenhamos alocado os resíduos industriais dentro da categoria geral de RSU, outras classificações optam por alocar este tipo de sobra dentro de uma categoria própria — os RSI (Resíduos Sólidos Industriais).
Ainda que facilitem a comunicação, ambas as classificações pecam ao definirem todos os resíduos como “sólidos”, o que é um grande equívoco, visto que a vasta maioria de matérias descartadas nas atividades industriais são não-sólidas.
Mesmo assim, listamos abaixo alguns dos exemplos de resíduos industriais mais presentes nos meios urbanos:
Adentrando os tipos específicos de resíduos industriais, temos basicamente duas principais categorias: classe I (perigosos), classe II A (não inertes) e classe II B (inertes).
Os resíduos de classe I são, obviamente, aqueles dotados com um maior grau de periculosidade ambiental e sanitária, seja por características como inflamabilidade, corrosividade, toxicidade, entre outros. Tem processos de descarte muito mais complexos e extensos, que se não forem realizados corretamente, apresentam riscos socioambientais expressivos.
Já os de classe II A possuem uma composição menos ou não-periculosa, possibilitando um descarte muito mais simples e direto, seja através da reciclagem, incineração, diluição ou processos de biodegradabilidade.
Por último, temos os resíduos de classe II B, sem dúvida um dos mais “inofensivos” de sua categoria, já que apresentam um alto fator de solubilidade quando entram em contato com outras matérias. Na água, por exemplo, são diluídos sem afetar a potabilidade ou estrutura química geral da água.
Ainda que a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) estipule uma responsabilidade mista de reciclagem de resíduos entre o Estado, empresas privadas e os cidadãos, e ainda estime que cerca de 30% do lixo urbano têm potencial de reciclagem, apenas 3% do lixo produzido no Brasil é devidamente descartado.
Por quê?
Bem, uma resposta completa não caberia em uma única seção, mas podemos dizer que as estruturas e logísticas que permitiriam a destinação correta de resíduos industriais estão em estado de sucateamento, devido a falta de interesse dos três eixos sociais citados acima em investir em políticas públicas contundentes para solucionar o problema.
Idealmente, haveriam processos específicos para o descarte correto de cada classe de resíduos industriais que falamos anteriormente, com resíduos de classe I sendo processados localmente, sem risco de contaminação durante o transporte, enquanto resíduos de classe II A e II B tenham um destino mais sustentável, através da reciclagem.
Na realidade, o destino acaba sendo um: os aterros sanitários. Fato esse que representa não apenas um risco para a vida útil dos aterros (que na medida que recebem rejeitos dos mais variados tipos e periculosidades tornam-se mais tóxicos), mas do meio ambiente como um todo.
Nós da Recimac acreditamos que um futuro melhor é possível, pois a tecnologia que temos é mais que suficiente para executarmos mudanças desde hoje.
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