A reciclagem de resíduos públicos no Brasil é sem dúvida um dos grandes problemas sanitários enfrentados no nosso país.
Com mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil é, segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o principal gerador desses tipos de resíduos, os quais têm um comum e infeliz destino à céu aberto, nos aterros sanitários, ao invés de serem encaminhados para a reciclagem e descarte apropriado.
Responsável pelo descarte de rejeitos hospitalares e da construção civil, a reciclagem de resíduos públicos no Brasil é apenas uma de muitas áreas do serviço público que exigem maior investimento governamental.
Caso contrário, a conjuntura ambiental brasileira só irá se degradar mais ainda, com impactos irreversíveis à nossa ecologia.
Isto não significa que a reciclagem de resíduos públicos no Brasil seja inexistente. De fato, tudo o que seus processos precisam é de uma estrutura mais sólida para as operações de coleta e reciclagem de resíduos.
Mas como se dá essa reciclagem? Quais são as soluções ideais para os problemas que enfrentamos? Nós da Recimac preparamos o texto abaixo para responder essas perguntas e te deixar a par dos debates sobre sustentabilidade no nosso país. Acompanhe com a gente!
Boa leitura!
Antes de partirmos para os problemas com a reciclagem de resíduos públicos no Brasil, é importante que estejamos elucidados acerca do que são resíduos públicos.
Resíduos públicos podem ser definidos como os materiais remanescentes das ações desempenhadas em meios urbanos, desde o lixo gerado nas residências de cada um de nós, até os rejeitos hospitalares, da construção civil, de atividades industriais, etc.
Há uma categoria específica para resíduos de grande porte e oriundos do meio urbano — na maioria dos casos gerados pelas indústrias locais —, chamados de RSU (Resíduos Sólidos Urbanos), que ganham uma maior preferência de tratamento sanitário em função de sua abundância e periculosidade para a população.
Independente de suas respectivas classificações, todos os resíduos descartados têm alto potencial de impactos extremamente negativos ao meio ambiente. Portanto, é de suma importância que o melhor destino possa ser dado a eles.
A PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) prescreve uma partilha de responsabilidades acerca do tratamento de resíduos públicos no Brasil. Ou seja, é dever do governo, das indústrias e dos cidadãos realizarem o descarte adequado de rejeitos, cada um à sua maneira.
A PNRS também estipula que 30% de todo o lixo recolhido no Brasil têm potencial de reciclagem, mas na realidade, apenas 3% dos rejeitos são reaproveitados, seja para a transformação em outros produtos ou na geração de energia — como é o caso de resíduos orgânicos.
Quanto a instrumentalização de coleta e tratamento de resíduos públicos, ela é realizada pelos programas municipais de coleta de lixo, os quais têm sua elaboração e implementação sob responsabilidade dos governos municipais.
Em geral, a coleta seletiva é realizada por autarquias — isto é, entidades que realizam modalidades de administração pública —, como a Comcap, no caso da região da Grande Florianópolis. Mas há precedente para uma contratação mista entre autarquias e empresas do meio privado.
Na coleta seletiva em si, os resíduos de origem residencial são coletados e encaminhados para a separação de materiais, etapa essa que visa fazer o reaproveitamento de materiais recicláveis (vidro, papel, garrafas pet, papelão, etc.) e orgânicos.
Quanto aos resíduos de origem industrial, existem empresas com uma filosofia de sustentabilidade que fazem a contratação terceirizada de coleta de resíduos sólidos, ou até dão um destino adequado a esses materiais por conta própria — em geral a partir da reutilização de materiais nas suas atividades.
Quanto aos materiais que não são retidos por essa etapa de filtragem, eles são encaminhados para os aterros sanitários nos arredores da cidade, o que representa um custo muito maior do que se as prefeitura investissem em procedimentos sérios de reciclagem, dinamizando a coleta seletiva e solucionando o problema dos aterros a longo prazo.
Apesar de estar longe de um procedimento ideal, a reciclagem de resíduos públicos no Brasil é extremamente interessante, não é mesmo?
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